Andanças pelo Polo Agroecológico da Zona da Mata
O Polo Agroecológico da Zona da Mata mineira (Polo-ZM) é uma iniciativa pioneira no Brasil. Ele reúne agricultores familiares, universidades, movimentos sociais e o governo para impulsionar a agroecologia na região. Funciona como um laboratório de inovação institucional, buscando conciliar políticas públicas com práticas agrícolas sustentáveis e emancipatórias em um território com mais de 40 anos de transição agroecológica. Em consonância com o que o Polo-ZM propõe, foram realizadas vivências agroecológicas e solidária, nos meses de agosto e setembro de 2025, como parte da disciplina de Economia solidária, Agroecologia e Circuitos Curtos de Comercialização (ERU 603), coordenada pela Professora Bianca Lima Costa (DER) vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural (PPGER) e ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

O objetivo das atividades foi conhecer experiências agroecológicas e da economia solidária que possuem interesse em trabalhar (ou já trabalham) com atividades turísticas em seus territórios: Feira Quilombola do Buieié, coordenada pela Cleonilde (Nina), em Viçosa; Sítio Cabeceira dos Estouros (Araponga) do agricultor Edimar Miranda e sua companheira Hélia; Sítio Família Agroflorestal (em Canaã) do casal Dani e Gabriel; Assentamento Dênis Gonçalves, em Goianá, no lote do agricultor Laerte, organizado por Elis e Adilson, e apoio de Ana Paula e Cica na cozinha; Sítio Alternativo, em Pedra Dourada, de Cida e Dadinho, com apoio do filho Rodolfo; Sítio Agroecológico Recanto da Serra (em Espera Feliz) de Nilsinho, Solange e o filho deles, Tiago; com apoio na cozinha da Armezinda, do Assentamento Padre Jésus.






A escolha dos locais e as atividades foram definidas a partir da Instalação Artístico Pedagógica sobre Turismo e Agroecologia, realizada na Troca de Saberes deste ano, com a proposta de conhecer e socializar essas experiências que estão englobadas no Polo-ZM. Ao longo das visitas, foram levantados desafios e oportunidades que os territórios encontram em suas rotinas diárias, e discutimos, para além dos temas propostos pela disciplina, conceitos como Turismo da Reforma Agrária, Turismo de Base Agroecológica e Turismo de Base Comunitária.






A disciplina envolveu cerca de 14 estudantes de pós-graduação e graduação e orientação da professora voluntária Irene Cardoso, que sempre realizou as vivências em sua disciplina de Pós-Graduação e que serviu de inspiração para ERU 603. A experiência contou com a participação e orientação técnica do pesquisador convidado Werter Moraes, referência em Turismo de Base Comunitária na região. Além disso, é preciso agradecer ainda o apoio do Professor Bruno Neri do Departamento de Solos da UFV. A iniciativa só foi possível por meio da articulação e financiamento de diferentes iniciativas, como o Programa de Extensão Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP-UFV), do Grupo de Pesquisa em Economia Solidária, Sistemas Agroalimentares e Agroecologia (GESSA) e do Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo (ECOA), ambos da UFV.



Texto: Vitória Galvão
Revisão: Vanessa Coutinho